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Nos 20 primeiros dias de janeiro deste ano, 40 acidentes envolvendo picadas de escorpiões foram registrados pelo Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox) do Hospital Municipal de Cuiabá (HMC).
Ao todo, o hospital – que é referência no atendimento de emergências toxicológicas em Mato Grosso – recebeu 61 pessoas vítimas de acidentes com animais peçonhentos nesse período. Apesar da quantidade de casos registrados em menos de um mês, dados revelam uma queda no número de acidentes com escorpiões em Cuiabá.
Em 2023, foram registrados 921 casos de acidentes com animais peçonhentos, sendo 643 somente de escorpiões. Já em 2024, o número caiu para 856 notificações, das quais 577 relacionadas a escorpiões. Mesmo com a redução, Cuiabá liderou o ranking das cinco cidades com mais casos de acidentes com peçonhentos, segundo dados do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (Sinan) e da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT). As cidades foram:
Cuiabá - 96 casos
Várzea Grande - 66 casos
Barra do Bugres - 55 casos
Sinop - 45 casos
Cuidados a serem tomados
Mesmo com a redução, a população deve permanecer atenta às ações que podem evitar o aparecimento desses animais em casas ou terrenos, principalmente durante o período chuvoso em Cuiabá. A água da chuva pode desalojar escorpiões de seus esconderijos, como entulhos e redes de esgotos, aumentando a chance de contato com seres humanos. Jessé Martins Ribeiro Junior, biólogo do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da capital, alerta para a importância de medidas preventivas.
O Ministério da Saúde reforça que o controle desses animais pode ser feito por meio da técnica chamada "4 As", que inclui:
Água: evitar fontes de água parada
Alimento: controlar a presença de baratas, principal fonte de alimento dos escorpiões
Acessos: instalar telas nos ralos, vedar portas e janelas e fechar frestas para impedir a entrada de escorpiões pelas redes de esgoto
Abrigos: remover entulhos, restos de obra e outros materiais acumulados que sirvam como esconderijos, especialmente em áreas úmidas
Fui picado: e agora?
Vinícius Gutierres, acadêmico de Medicina da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), explica que, no estado, é mais comum encontrar o escorpião amarelo (Tityus serrulatus), que possui forte veneno e tem hábitos noturnos, gostando de ambientes escuros e úmidos. A picada do animal pode gerar diferentes reações em diferentes organismos humanos, mas, de forma geral, a pessoa pode sentir forte dor, vermelhidão, ardor, náusea e vômito.
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